domingo, 28 de fevereiro de 2016

A utilidade do inútil


"A utilidade do inútil: Para repensar as ciências humanas" - foi o tema da mais uma conferência inserida no programa das comemorações do 1º centenário da fundação do Museu Nacional de Grão Vasco.
Isabel Pires de Lima brindou a plateia com uma extraordinária comunicação que a todos deixou satisfeitos e recompensados.
Foram muitas as citações de autores consagrados: lembro dois, a poeta Ana Luísa Amaral [autora de "Se fosse um intervalo"], e o italiano Nuccio Ordine, cuja obra mais conhecida A utilidade do inútil, pairou sempre na sala desde a primeira hora: só mesmo no final a conferencista fez uma justa referência ao autor e à obra. Ficou-lhe muito bem, mas talvez tenha sido tardia: penso que ficaria melhor se , logo no início, tivesse feito uma homenagem ao escritor que, afinal, tinha, tão só, sido o inventor da expressão adoptada para título da conferência.

Já agora, para ilustrar esta mensagem, lembro a crónica de Paulo Rodrigues Ferreira publicada no jornal Público de 7/1/2015 que dizia, e passo a citar: "o italiano [Nuccio Ordine]lembra que , quando a crise ameaça um país, torna-se necessário duplicar os fundos destinados ao saber e à educação. (...) nos próximos anos haverá que fazer um esforço para salvar da deriva utilitarista não apenas a escola e a universidade, mas também aquilo a que chamamos cultura".

Parabéns ao museu que está a cumprir uma missão que, a meu ver, deveria também ser abraçada por outras instituições ligadas á cultura.