sábado, 5 de setembro de 2015

Batalha, o pintor


Exposição de Pintura de António Batalha, no Museu Almeida Moreira - uma iniciativa
da câmara municipal.
É uma bela homenagem ao artista que, curiosamente, se tornou mais conhecido na cidade como fotógrafo, actividade que desenvolveu na emblemática Rua Direita. Aí liderou o estabelecimento de fotografia fundado pelo pai no início do século passado.

O artista viseense tem sido votado ao esquecimento: uma injustiça face à importância e qualidade da sua obra. Daí que estava na hora de ser desencadeada uma iniciativa, como esta, no sentido de colmatar essa grave lacuna.   e pode ser até que o evento se venha a transformar no trampolim que o artista precisava para o inequívoco reconhecimento do seu mérito artístico.

Os quadros exibidos representam as várias facetas da sua produção artística.
Os retratos atingem um nível elevado de qualidade, contudo, as paisagens não lhe ficam aquém. Aliás, a riqueza das paisagens é destacada no postal distribuído gratuitamente aos visitantes, onde se pode ler que nesta área o pintor tanto assume a ruralidade regional como o cosmopolitismo das cidades que visita.
Todo o conjunto de obras é digno de aprimorada atenção, todavia devo destacar o óleo sobre tela intitulado "Capuchas" , da Colecção Municipal, que merece uma observação mais demorada. Representa quatro figuras humanas a caminho (ou no regresso?) da lavoura: uma delas, a mais jovem- figura central -, segue sentada no carro de bois com um cabritinho ao colo. Um quadro pleno de vida e beleza invulgar.

Foi um autodidacta. Recebeu, em 1957, o Terceiro Prémio da Sociedade Nacional de Belas Artes.

Numa altura em que a cidade está toda voltada para a Feira de S. Mateus, é aconselhável uma visita. E não esqueça que o próprio edifício do museu (onde está instalada a exposição) merece também uma especial atenção: a recente reestruturação pode constituir uma agradável surpresa. Aproveite ainda a ocasião para dar uma olhada ao Jardim das Mães - lugar aprazível, ali mesmo ao lado.