Homenagem ao Poeta, ensaísta e político social-democrata que morreu na manhã deste domingo no Hospital da Luz em Lisboa.
Participou na Divina Música*, com o seguinte poema:
o suporte da música
o suporte da música pode ser a relação
entre um homem e uma mulher, a pauta
dos seus gestos tocando-se, ou dos seus
olhares encontrando-se, ou das suas
vogais adivinhando-se abertas e recíprocas,
ou dos seus obscuros sinais de entendimento,
crescendo como trepadeiras entre eles.
o suporte da música pode ser uma apetência
dos seus ouvidos e do olfacto, de tudo o que se
ramifica entre os timbres, os perfumes,
do cosmos, e eles sabem-no, perpassando
mas é também um ritmo interior, uma parcela
por uns frágeis momentos, concentrado
num ponto minúsculo, intensamente luminoso,
que a música, desvendando-se, desdobra,
entre conhecimento e cúmplice harmonia
* Antologia de poesia sobre música, edição comemorativa do 25º aniversário do Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, Dezembro de 2009
27 de Abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
Crónicas da cidade
Tudo o que representa ou faz lembrar uma coisa, um facto ou um fenómeno presente, passado ou futuro é um sinal; pode ser também um testemunho. Toda a cidade tem os seus.
1. A Música da Poesia
No dia 19 de Março aconteceu mais uma edição da Música da Poesia.
Desta feita, no Museu Grão Vasco, junto de belos quadros, autênticas obras-primas, que serviram de inspiração aos participantes.
Presentes: Amadeu Baptista e Inês Ramos que leram vários poemas (da autoria de Nuno Dempster e Amadeu Baptista); e Isabel Cabral Costa que declamou o “Somno do João” de António Nobre.
A Orquestra de Cordas do Conservatório interpretou “As Quatro Estações” de Vivaldi.
Salão cheio! O que significa que o objectivo traçado ab initio foi almejado: a criação de hábitos de cultura.
2. Dies Irae
Há muitos anos, o meu amigo asseverou que o Requiem de Mozart era a composição mais bela de toda a história da Música.
Na primeira oportunidade adquiri a obra em disco e passei a ouvi-la com alguma frequência. Percebi a razão pela qual o meu amigo tinha a obra em tão elevado nível de consideração. É extraordinário o início da famosa sequência da liturgia dos defuntos, que é o Dies irae, (do latim, “Dia da Ira” – alusão ao Dia do Juízo).
Tinha a secreta esperança de um dia poder assistir ao vivo a tão famosa obra-prima.
A oportunidade chegou a dezassete de Abril, quinta-feira santa: o Requiem de Mozart, pela Orquestra do Norte e Coro Sinfónico Inês de Castro, abriu o 7º Festival de Música da Primavera.
Excelente, a direccção pelo maestro José Maria Moreno; extraordinários, os solistas: Cristiana Oliveira - soprano; Ana Ferro - mezzo soprano; José Manuel Araújo - tenor; e Luís Rodrigues - barítono.
A Sé Catedral, que tem boas condições acústicas, encheu. A qualidade do concerto foi altíssima. Momento único na vida e na história da cidade!
C J C
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