domingo, 19 de setembro de 2010

Abraço de 25 anos

Ontem o conservatório prestou Homenagem ao seu patrono Dr. José de Azeredo Perdigão. Esteve presente o filho Dr. Pedro Paulo de Azeredo Perdigão, que, numa bela comunicação, recordou o pai e a mãe, descrevendo os momentos mais marcantes vividos em família, na vida social e profissional, carregados de emoção. Foi o momento alto das comemorações, que culminou com o descerramento da lápide comemorativa dedicada ao homenageado.
Seguiu-se um momento de convívio, durante o qual o actual presidente da Proviseu abraçou emocionado o antigo titular do cargo, á data da fundação do conservatório. Histórico abraço! Um quarto de século ali reunido num simples, mas tão significativo, gesto.
O dirigente histórico terá a merecidísíssima homenagem dia 5 de Novembro.
Calorosos aplauso do público presente. Bela moldura humana. Tantas coisas em tão pouco tempo.
Creio que tudo se pode resumir a uma frase: o conservatório assistiu a um filho orgulhoso, pelo pai, pela obra, pela escola que ajudou a levantar e pelas gentes, beirãs de gema como ele.
Um Encanto!

sábado, 11 de setembro de 2010

Rota mundial da guitarra clássica

Chopin, Nocturne op.9 Nº 2 e Nocturno op. 32 nº 1, arranjos de Elena Papandreou para guitarra clássica (guitarra, disse bem!), tocados pela autora, num extraordinário Espectáculo, ontem à noite, em Sernancelhe, no âmbito do Concurso e Festival Internacional de Guitarra Clássica.
A guitarrista grega, que actuou a solo, fez uma interpretação brilhante, não só nos famosos nocturnos, mas também em todas as outras obras que fizeram parte do programa.

Finalizou com "Triaela" [dedicado à própia intérprete pelo compositor Roland DYENS (1955 )], que inclui: - Ligth Motif [Takemitsu au Bresil], Black Horn [when Spain meets Jazz] e Clown Down [ Gismonti au Cirque]. Jazz com sabor a samba. Um nível muito alto.
Ao ouvi-la, no final, recordei aquele excepcional "LP", do tempo do vinil, "Mágico", que contém a bela composição do Gismonti, "PALHAÇO", superiormente interpretada pelo próprio ao piano, Charlie Haden no Baixo e Jan Garbarek no Saxofone. que trio, meu Deus!
Rendido à classe da guitarrista, o público presenteou-a com acalorado e vigoroso aplauso.
A artista correspondeu, emocionada, com dois lindos "encores".
Noite inesquecível, passada no auditório Municipal, edifício integrado no Centro Histórico, antiga sede da Câmara, muito bem adaptado à sua actual finalidade.
E já vai na 12ª edição!
Parabéns à Direcção Artística: Paula Sobral e José Carlos de Sousa e à Câmara Municipal de Sernancelhe.
O livrinho do programa advertia: "Devido á seriedade e elevado nível de execução é imperativo o silêncio absoluto do público..."
Tudo se cumpriu.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

José de Azeredo Perdigão

Os "justos" são a porção viva e sã, mas escondida, da comunidade a que
pertencem. Garantem a sua capacidade de regeneração.
O fundamento da
esperança no futuro é o reconhecimento dos "justos" que nos rodeiam, seja
qual for o meio e o apoio que somos capazes de lhes dar na sua luta pela
"justiça"
José Mattoso
Historiador


Dia 18, sábado, pelas 15h00, o Conservatório Regional de Música José de Azeredo Perdigão leva a cabo a sessão de homenagem ao patrono que lhe dá o nome.

O acontecimento marca o início oficial das comemorações do 25º aniversário da fundação do conservatório (1985-2010).

A missiva, que deve introduzir a cerimónia do descerramento da lápide comemorativa, abrirá com a epígrafe deste texto, retirada do artigo "Uma ideia para Potugal" in P2 (jornal Público de 6 de março de 2010). Nele o historiador responde ao desafio que lhe foi lançado pelo periódico sobre o que nós podemos esperar de Portugal depois de olharmos para o passado.
O historiador, a propósito, questionava se haveria ainda lugar, no mundo de hoje, para uma concepção humanista da existência. E ele, categoricamente, dizia: «não acredito numa ideia para Portugal senão baseada no respeito pelo homem e pela sua dignidade. O domínio da técnica ameaça o homem porque dá o poder, mas não garante o seu bom uso.»
E propõe que se acredite no efeito da acção do "justo" sobre a comunidade a que pertence em virtude do princípio da solidariedade.

"Só isso servirá de antídoto contra a desilusão que nos causam os poderosos...."

José Azeredo Perdigão, também ele um homem justo e amigo da sua terra, cedo se apercebeu da necessidade de apoio às Artes, como factor de desenvolvimento sócio-cultural da sua cidade e região.
Daí a aposta feita no implemento duma obra com vocação para o ensino despecializado da Mùsica.
O resultado está á vista.
O êxito do conservatório também a ele se deve.
É, pois, justa a homenagem.