domingo, 19 de setembro de 2010

Abraço de 25 anos

Ontem o conservatório prestou Homenagem ao seu patrono Dr. José de Azeredo Perdigão. Esteve presente o filho Dr. Pedro Paulo de Azeredo Perdigão, que, numa bela comunicação, recordou o pai e a mãe, descrevendo os momentos mais marcantes vividos em família, na vida social e profissional, carregados de emoção. Foi o momento alto das comemorações, que culminou com o descerramento da lápide comemorativa dedicada ao homenageado.
Seguiu-se um momento de convívio, durante o qual o actual presidente da Proviseu abraçou emocionado o antigo titular do cargo, á data da fundação do conservatório. Histórico abraço! Um quarto de século ali reunido num simples, mas tão significativo, gesto.
O dirigente histórico terá a merecidísíssima homenagem dia 5 de Novembro.
Calorosos aplauso do público presente. Bela moldura humana. Tantas coisas em tão pouco tempo.
Creio que tudo se pode resumir a uma frase: o conservatório assistiu a um filho orgulhoso, pelo pai, pela obra, pela escola que ajudou a levantar e pelas gentes, beirãs de gema como ele.
Um Encanto!

sábado, 11 de setembro de 2010

Rota mundial da guitarra clássica

Chopin, Nocturne op.9 Nº 2 e Nocturno op. 32 nº 1, arranjos de Elena Papandreou para guitarra clássica (guitarra, disse bem!), tocados pela autora, num extraordinário Espectáculo, ontem à noite, em Sernancelhe, no âmbito do Concurso e Festival Internacional de Guitarra Clássica.
A guitarrista grega, que actuou a solo, fez uma interpretação brilhante, não só nos famosos nocturnos, mas também em todas as outras obras que fizeram parte do programa.

Finalizou com "Triaela" [dedicado à própia intérprete pelo compositor Roland DYENS (1955 )], que inclui: - Ligth Motif [Takemitsu au Bresil], Black Horn [when Spain meets Jazz] e Clown Down [ Gismonti au Cirque]. Jazz com sabor a samba. Um nível muito alto.
Ao ouvi-la, no final, recordei aquele excepcional "LP", do tempo do vinil, "Mágico", que contém a bela composição do Gismonti, "PALHAÇO", superiormente interpretada pelo próprio ao piano, Charlie Haden no Baixo e Jan Garbarek no Saxofone. que trio, meu Deus!
Rendido à classe da guitarrista, o público presenteou-a com acalorado e vigoroso aplauso.
A artista correspondeu, emocionada, com dois lindos "encores".
Noite inesquecível, passada no auditório Municipal, edifício integrado no Centro Histórico, antiga sede da Câmara, muito bem adaptado à sua actual finalidade.
E já vai na 12ª edição!
Parabéns à Direcção Artística: Paula Sobral e José Carlos de Sousa e à Câmara Municipal de Sernancelhe.
O livrinho do programa advertia: "Devido á seriedade e elevado nível de execução é imperativo o silêncio absoluto do público..."
Tudo se cumpriu.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

José de Azeredo Perdigão

Os "justos" são a porção viva e sã, mas escondida, da comunidade a que
pertencem. Garantem a sua capacidade de regeneração.
O fundamento da
esperança no futuro é o reconhecimento dos "justos" que nos rodeiam, seja
qual for o meio e o apoio que somos capazes de lhes dar na sua luta pela
"justiça"
José Mattoso
Historiador


Dia 18, sábado, pelas 15h00, o Conservatório Regional de Música José de Azeredo Perdigão leva a cabo a sessão de homenagem ao patrono que lhe dá o nome.

O acontecimento marca o início oficial das comemorações do 25º aniversário da fundação do conservatório (1985-2010).

A missiva, que deve introduzir a cerimónia do descerramento da lápide comemorativa, abrirá com a epígrafe deste texto, retirada do artigo "Uma ideia para Potugal" in P2 (jornal Público de 6 de março de 2010). Nele o historiador responde ao desafio que lhe foi lançado pelo periódico sobre o que nós podemos esperar de Portugal depois de olharmos para o passado.
O historiador, a propósito, questionava se haveria ainda lugar, no mundo de hoje, para uma concepção humanista da existência. E ele, categoricamente, dizia: «não acredito numa ideia para Portugal senão baseada no respeito pelo homem e pela sua dignidade. O domínio da técnica ameaça o homem porque dá o poder, mas não garante o seu bom uso.»
E propõe que se acredite no efeito da acção do "justo" sobre a comunidade a que pertence em virtude do princípio da solidariedade.

"Só isso servirá de antídoto contra a desilusão que nos causam os poderosos...."

José Azeredo Perdigão, também ele um homem justo e amigo da sua terra, cedo se apercebeu da necessidade de apoio às Artes, como factor de desenvolvimento sócio-cultural da sua cidade e região.
Daí a aposta feita no implemento duma obra com vocação para o ensino despecializado da Mùsica.
O resultado está á vista.
O êxito do conservatório também a ele se deve.
É, pois, justa a homenagem.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O pai que nasceu duas vezes

(a propósito da inauguração da Livraria e Papelaria 'PAIMAX - O Melhor Livro', na Rua do Mártir S.Sebastião)

Jamais a grandeza de um «ideal» se mediu pela sua grandeza mas pela que de ti nela entenderes investir. Porque «o homem é a medida de todas as coisas», como o grego afirmou há milénios e ninguém soube ainda desmentir.

Vergílio Ferreira

É a primeira casa do género que abre nesta histórica aldeia. Este facto, só por si, já é digno de nota, assumindo uma importância tal que, a meu ver, é merecedor de rasgados elogios.
Mas, o acto de inauguração assume, ainda, maior relevância, pelas circunstâncias muito especiais em que surge, em momento de crise económica e de valores como são aqueles que uma livraria pretende defender ligados á cultura.
Noutros tempos, inteiramente dedicada ao mundo rural, e, hoje, muito mais voltada para serviços e empreendimentos de cariz social e urbano, a nossa terra, com certeza que acolherá este novo rosto na área empresarial, com todo o carinho. Creio que será até motivo de orgulho.

E a denominação?

Nesta aldeia nasceram:
- António e Rosa, pais de Maximino;
- António e Custódia, pais de Clara;
- Maximino e Clara, pais de Afonso; e
- Afonso, pai da IDEIA;
Graças a ele, HOJE nasce PAIMAXimino! O pai que nasceu duas vezes.

Nascer, é vir ao mundo. Germinar, brotar.
Ele aí está com a sua experiência, peço que me perdoem a imodéstia para com aquele que foi tudo para mim, ele, aí está, como um protector e exemplo de vida a seguir.
Ele é mesmo 'O Melhor Livro' como diz o logótipo. Um livro que tem uma página, onde vem escrita a frase, carregada de sentido e sabedoria, que tantas vezes lhe ouvi: 'Mais vale um lápis curto do que uma memória comprida'.

Acho extraordinária e feliz a ideia de ter sido associada à denominação daLivraria a memória dum ente tão querido, facto que, estou certo, é uma boa forma de lhe prestar uma digna e merecida homenagem.

Estamos a falar de escrita e de livros, não é?
A tarefa da sua comercilaização não será fácil, é verdade, mas estou convicto de que os Elementos da Equipa, que abraçam o projecto, estão bem preparados para enfrentar quaisquer obstáculos que se lhes deparem no caminho.
Como um rio, quando nasce, é um fio de água, que, ao longo do seu percurso, aumenta o seu caudal, capaz de abastecer aldeias e cidades... Assim será com PAIMAX.
A todos os que vão trabalhar nesta casa, desejo felicidades.
Faço votos para que os futuros clientes e amigos sintam muito prazer em frequentar este belo espaço.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Inferno na estrada

Tarde de segunda feira. Regresso a casa, pela A25.

Toca o telemóvel que dá a primeira notícia: "Há um grave acidente na auto-estrada! Máximo cuidado".

O auto-rádio dispara em uníssono, em todas as estações, "choques em cadeia provocam cinco mortos e um grande número de feridos; camiões e veículos a arder... os bombeiros tentam apagar as chamas; inúmeras ambulâncias; há médicos do INEM no local; vítimas que sofreram queimaduras estão a ser conduzidas para hospitais com a especialidade de queimados...a chuva e o nevoeiro intenso que se faz sentir no local está a dificultar a prestação de socorro...os helicóteros ficam em terra, por causa das péssimas condições atmosféricas..."

É no quilómetro 45, nas Talhadas. Ainda faltam mais de vinte para lá chegarmos.

Nó do Carvoeiro, a GNR corta o trânsito, a fim de permitir a operação de socorro às vítimas, nas melhores condições.
Imposto o desvio pela EN nº 16.
Nos primeiros quilómetros do percurso, o tráfego flui normalmente, mas, pouco tempo depois, formou-se uma fila enorme, num constante pára-arranca. Há que séculos não entrava naquela estrada, que conhecia muito bem das normais viagens ao Porto. Pareceu-me igual. Tudo verde, uma fonte na berma, o rio à direita e a linha de combóio vale do vouga à esquerda, seguindo paralelamente, mesmo nas curvas e contra-curvas, como que fazendo uma mútua vigilância. Somos invadidos pela Natureza! Emociono-me, sem extravasar a alegria que sinto, uma vez que o rádio continua a lembrar-nos que, poucos quilómetros acima do vale, há vítimas mortais, que merecem o nosso respeito e recolhimento.
Chegamos ao fantástico Poço de S. Tiago, antigo porto fluvial com grande saída de lenhas, madeiras e carqueija. Ali está implantado o "elegante e arrojado viaduto de pedra, obra da engenharia francesa que transfere a via férrea para a margem esquerda do rio que ali corre entre ribanças apertadas e sai da alcantilada mas pitoresca e verdejante região dos gneisses e granitos. Sob o viaduto [com um arco central de 55 metros de vão] passa a mencionada estrada nacional" - in Guia de Portugal, 3º volume, Beira, I. Beira Litoral, 3ª edição da Fundação Calouste Gulbenkian.

Tanta beleza, a contrastar com a tragédia, ali tão próxima, cuja real dimensão nos era dada pela rádio, através de sucessivas noticías: "ainda não foi possível dominar o fogo no amontoado de veículos, um inferno!..."
Momento de paragem.
Medito. Mas porquê?
Penso nas pressas que hoje todo o mundo tem em chegar, alcançar ... ser civilizado. Auto-estradas para ... a morte. Que vida! Onde está a verdade da vida, a solidariedade, o tempo para a família?... Como é ainda posssível o sistemático flagelo dos incêndios que dizimam vidas e floresta, numa época que nunca mais acaba? Não está tudo ligado?
Penso no papel que deveremos ter para a evitar ou, pelo menos, atenuar futuras agressões, nesse campo. Vejamos esta coincidência. É preciso que aconteça um acidente, para que regressemos à velhinha estrada, com tanto de bom que nos pode dar!
Dá que pensar.
Nesse dia, chegámos a casa três horas mais tarde, mas demos graças a Deus, pela benção que nos concedeu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Regresso

Regresso de férias, do tempo de lazer, leitura e diversão. A ilha de Maiorca - Platja de Muro, Alcúdia - foi o local de poiso e de ponto de partida para surpreendentes itinerários de veraneio.
Foi marcante o salutar convívio em família: dias inteiros de mútua troca de ideias e aventuras; viver a vida na sua plenitude (facto impossível durante o ano lectivo).
No campo turístico, se é que assim se pode chamar aquela parte das férias em que nos sentimos "obrigados a descobrir coisas novas", foi a descoberta do Mediterrâneo com areal imenso e água amena sempre a convidar-nos para um mergulho; a viagem de barco em pleno mar alto; a viagem de autocarro que atravessou a ilha e nos levou à capital onde deambulámos durante largas horas, visitando a Catedral e o Museu do Palácio de Almudaina; este último com vista para o mar e repleto de Pinturas e Tapeçarias que nos deixaram estarrecidos pela sua rara beleza.
Não pudemos visitar a lendária Chartreuse de Valldemosa, onde se albergaram Chopin e Sand em Dezembro de 1838 a viver um "amor sublime" e onde o compositor se entregou sem descanso aos seus prelúdios. Espero voltar para suprir esta omissão.

E destaco a leitura de "O silêncio" da Teolinda Gersão (Dom Quixote, 4ª edição, 1995) - bela poesia e descrição da natureza, ... mas difícil de compreender; iniciei "Todos os homens são mentirosos" de Alberto Manguel, [da Teorema], que continuo a ler com agrado. Parece um bom livro para fazer a ligação entre o período de férias e o trabalho. Nem de propósito, a obra tem como subtítulo "O que é a verdade?"
Neste período transitório, nada melhor do que a companhia de um livro, novo, que desperte a nossa curiosidade. Retomo o trabalho, literalmente, em busca da verdade.
É um rico estímulo para começar de novo!

Interessante!
Escrevo, escrevo...e devo parar. Este texto serve de teste ao permanente desafio que persigo: alimentar o blog, mas sem prejuízo do tempo dedicado ao cumprimento dos deveres inerentes ao 'outro lado' da vida, que é a real.
Acham que será tarefa fácil?!

sábado, 14 de agosto de 2010

A importância dos livros

P2.Quarta-feira 11Agosto 2010, página 2

coluna de Ricardo Aniceto, apresentando a obra:
Breve de Inocêncio XII
Roma, 1695, Novembro, 28
Pergaminho
397x238 mm
C Mosteiro de S. Vicente de Fora


A máxima "verba volant, scripta manent" (as palavras voam, os escritos permanecem) traduz a relevância do livro no ofício de ensinar da Igreja Católica, que, desde os tempos apostólicos, sempre demonstrou especial cuidado com os livros relacionados com a fé e os costumes.
Fruto da actividade das ordens religiosas (...)constituiu-se um património herdado do Norte ao Sul do país, ilhas, Brasil, Macau, em que se destacam as grandes livrarias dos mosteiros de Tibães, Alcobaça e Santa Cruz de Coimbra, mas também outras mais pequenas (...) como as do Convento da Graça e do Mosteiro de São Vicente de Fora, ambas em Lisboa.
O documento que se apresenta traduz a preocupação da hierarquia papal em zelar pela conservação das coleccções bibliográficas. Proveniente do cartório do Convento da Graça trata-se de um breve do Papa Incêncio XII ameaçando com penas os que desencaminharem livros da biblioteca do Colégio dos Eremitas de Santo Agostinho da Graça de Lisboa.

Nota: 'breve' significa "Documento pontifício que contém uma decisão ou declaração de carácter particular, que não se aplica á generalidade da Igreja Católica" - in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de lisboa.

Creio que a velha máxima também se aplica, com toda a propriedade, ao conteúdo dum blog. Os pensamentos e ideias nele manifestadas aí ficam registados para sempre.
Constitui uma marca indelével do seu autor. E transmite confiança ao seu leitor.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Canto de amor

Aqui presto a merecida homenagem a Matilde Rosa Araújo (1921-2010) que partiu a 6 de Julho.

Lembro as suas palavras, escritas no Prefácio à "Roda das Estações (Costumes de Meninos da aldeia da Sarzeda)" de Alberto Correia.

"(...) um canto de amor. Para os filhos, para Minda, para a Mãe e outra mãe, para a sua aldeia e para todos quantos lerem estes apontamentos simples e tão raros - apontamentos de informação em poesia sobre os costumes de meninos de uma aldeia do Nordeste (Distrito de Viseu).

"(...) E num rasto de poesia lá andamos nós leitores com este povo de pureza e de verdade. A ancestralidade a falar na voz dos meninos que sabem, sem que se lhes diga, quando se devem pôr a talhar piões."

É, é uma "história" de amor, como a classifica o próprio autor, logo a abrir a obra, na dedicatória, escrita no Outono de 1979.

Li-o vezes sem conta, ao longo dos anos, e guardo-o religiosamente. Nele reconheço a minha infância, também passada na aldeia, em tudo semelhante à que tão maravilhosamente descreve o autor.

Alberto Correia, homem da Cultura, da Escrita e das Artes, claro que tinha que estar ligado a Matilde.

Matilde e Alberto, dois nomes das Letras. Associados para sempre.

Alberto, no Jornal da Beira desta semana, presta também uma bela homenagem à Matilde, dedicando-lhe lindas palavras que culminam: "Há sempre nos seus sonhos o ensejo de fazer da terra paraíso. É por isso, só por isso, que ela canta o amor em pequenino."

O Sol escondeu-se atrás da Lua

Eclipse

O Sol escondeu-se atrás da Lua no Pacífico Sul.

"Foi como estar num estádio à noite, com luz artificial. Tínhamos a impressão de estar às escuras, com uma lâmpada de 10 watts." Francisco Haoa, um funcionário municipal da ilha de Páscoa, descreveu assim à AFP o modo como viu o eclipse total do Sol que, ontem tarde, pôde ser visto em alguns lugares do Pacífico Sul. Ao longo de um estreito corredor de 11 mil quilómetros que atravessou o oceano, o dia substituiu temporariamente a noite. (...) à ilha das misteriosas estátuas gigantes terão acorrido cerca de quatro milhares de turistas, astrónomos e jornalistas, o dobro da população local, para assistirem, durante quatro minutos e 41 segundos, ao sétimo eclipse do século XXI, resultado da interposição da Lua entre a Terra e o Sol, no momento em que os três astros estão perfeitamente alinhados. O próximo eclipse do Sol já tem data marcada: 13 de Novembro de 2012.

Notícia do Público, Segunda-feira, 12 de Julho de 2010.

Gostei. A Lua no seu máximo esplendor. Conseguiu, paulatinamente, o seu momento de glória, assumindo o papel principal no teatro do azul celeste. Relegou para segundo plano o astro-rei todo poderoso. Interessante disputa de trono por breves instantes! Em directo, a partir da lua!

domingo, 11 de julho de 2010

Discretos predadores da porta do lado

Público - Discretos predadores da porta do lado
Uma troca de prisioneiros, secretamente efectuada no aeroporto de Viena (os espiões passaram dum avião para o outro, por um túnel, sem que tivessem pisado o solo austríaco). Moscovo e Washinton recordaram-nos os velhos tempos da guerra fria, em que a espionagem era rica de episódios semelhantes.
Aqui está um rico elemento, digno dum bom romnace.
Aguardo, curioso, os próximos capítulos desta cadeia de factos que promete.
Potenciais romancistas deste país, metam mãos à obra.

sábado, 26 de junho de 2010

Botão de Prata
O jogador, cumprindo o prometido, obteve o Botão de Prata.
Este galardão premeia o esforço desenvolvido ao longo do terceirto período.
E permite-lhe a frequência da 11ª maratona olímpica.
Luta Maior.
Deus protege os audazes.
E os audazes, com humildade, vencerão.
Ciao
Celso José Gomes da Costa

domingo, 20 de junho de 2010

Saramago não era um «gajo porreiro»...

Porque hoje é sábado*



por

VÍTOR SERPA

Em Portugal sempre nos importou mais
o bom ou mau feitio das pessoas do que o talento
ou, mesmo, a sua genialidade



Morreu José Saramago. Agora, sim, vai ser anunciado como um dos maiores portugueses do século. Em Portugal não há como um morto para se elogiar quem vivo se esqueceu. Ou diminuiu no talento.
(...) Pois roam-se de inveja, os eternos maledicentes da Pátria amada, mas que, de facto, são insignificantes. Saramago é e será, para sempre, um dos grandes portugueses. Não por ser um homem bom, um honrado chefe de família, um temente a Deus. Não por ser um abnegado filho da nação, nem por ser um patriota. Não por ser um cidadão sem mácula ou um exemplo de tolerância democrática. Apenas e só por ser um escritor universal e como há tão poucos, em Portugal e no mundo, será isso que o honrará na memória que dele tiverem as gerações futuras.

* coluna semanal publicada no dia 19 de Junho de 2010, dia seguinte ao da morte do Escritor

terça-feira, 15 de junho de 2010

Elefantes brancos

Heróis na tempestade: é o título que prevejo para a crónica final do jogo de futebol Portugal-Costa do Marfim, a contar para o mundial 2010 na África do Sul.
O estádio Nelson Mandela Bay será o palco do espectáculo.
As enormes dificuldades que já se esperam para levar de vencida os "elefantes brancos", aumentaram, agora, significativamente, por causa das condições metereológicas que se prevêm para a hora do jogo (15h00 em Portugal). Chuva e vento fortes associam-se, agora, para densificar a tempestade que a esquadra dos ELEFANTES BRANCOS se prepara para lançar sobre os navegadores de Portugal.
Mas, pergunto: "Não foi contra ventos e marés que os portugueses de antanho se celebrizaram, na conquista do mundo, através dos Descobrimentos?"
Tenho fé. Aquela fé, outrora revelada pelos navegadores, e que agora vi espelhada no rosto de Queirós ao fazer a antevisão do jogo que se avizinha. Estou convicto de que, desta feita, o nosso seleccionador já ganhou pontos ao seu homólogo e adversário de hoje. Pela coragem em assumir uma dinâmica de vitória, quando declarou que não há espaço para o erro, nem neste, nem nos jogos que se avizinham. Ou seja, uma equipa feita para ganhar, sem alternativa que não seja a vitória.
O treinador sueco fechou-se em "copas", nada de nada disse de aproveitável para o lançamento do jogo, nem sequer uma palavra sobre as possibilidades da sua equipa. Nem sequer foi capaz de dizer de memória o lugar exacto que a Costa do Marfim ocupa no ranking: "vinte e tal" - disse. Mas ... o de Portugal sabia: 3º. Desejo que no final do jogo se confirme a única característica que se dignou ventilar sobre o seu adversário. E, já agora, que seja através duma vitória clara.
A derrota da Costa do Marfim seria um grande revés na carreira do grande senhor diplomata do futebol.
Ciao

terça-feira, 8 de junho de 2010

Música para os manter na escola

Reportagem, Notícias Magazine, 18 Abril 2010
Num bairro da Amadora marcado pela exclusão social, onde os adultos vivem no desemprego e os que trabalham recebem pouco, onde os alunos deixam cedo a escola para, muitas vezes, a trocarem pela rua, algumas dezenas de crianças aprendem música clássica e mostram que o futuro pode ser melhor.
Já tocaram para grandes audiências em importantes salas de espectáculos do país e lá fora.
Um dia, farão parte do que será uma Orquestra Nacional Geração.

Texto: Carla Amaro; Fotografia: Paulo Alexandrino

A escola é a Miguel Torga (Agrupamento de escolas Miguel Torga) na Amadora, mas podia ser o Conservatório Nacional, pelo que se ouve, pelo que se vê. É que aqui, os miúdos que integram o projecto Orquestra Geração, uns da orquestra A, mais avançada, de que faz parte o Telmo, outros da B, a de Iara e de Leonardo, andam com um violoncelo ou uma tuba, ou uma flauta ou outro instrumento com a mesma naturalidade com que trazem livros e cadernos.
Estas crianças do Casal da Boba reproduzem a criação dos compositores clássicos tão bem como outras que aprendem nas melhores escolas de música.
O maestro Juan Carlos Maggiorani - ele próprio um "produto" deste projecto - não questiona que o coração delas é bom e grande. De outra maneira, como poderiam arranjar um lugar na sua vida para a música, deixar a música tomar-lhes conta da alma? Porque é isso que a música faz a quem a toca e a quem a ouve: invade, arrepia. Como esta que ensaiam agora, uma das cinco Marchas de Pompa e Circunstância, compostas para orquestra por Edwuard Elgar.
(...) Ana Espanha, «violoncelista» porque «o violoncelo é o instrumento mais parecido com a voz humana» não dissimula o entusiasmo: «Eu nem queria acreditar quando me vi à frente da rainha Rania. Estava um pouco nervosa, mas correu bem. Acho que estivémos à altura». A rainha viera a Portugal em Março do ano passado, a fim de receber o Prémio Norte-Sul, pelo seu trabalho de promoção dos Direitos Humanos, e deslocou-se de propósito a esta escola para conhecer e ouvir os pequenos músicos da orquestra Geração.
O objectivo da implementação do projecto venezuelano no nosso país é nobre pela carga social inerente, mas quem o está a orientar tem uma ambição maior: criar a primeira orquestra local juvenil - a Orquestra Sinfónica Juvenil Geração.
(...)Ideia conjunta da Câmara Municipal da Amadora, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Escola de música do Conservatório Nacional.
O Professor António Wagner Diniz, do Conservatório Nacional, esclarece que a ideia não é formar músicos profissionais, não se trata de um projecto musical. É um projecto que utiliza a música como uma ferramenta para fixar as crianças na escola e, desse modo, combater o abandono escolar.

A Professora Helena Lima, coordenadora pedagógico-executiva do projecto diz que já é possível aferir que «entre os trinta alunos do primeiro ciclo que frequentam a Associação Cabo-Verde, também na Amadora e onde já existe uma orquestra infantil, «não houve retenções e os professores assinalam mudanças significativas no comportamento da sala de aula». Na Miguel Torga «tem vindo a registar-se uma evolução positiva de comportamento na escola e na orquestra».

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Valha-nos a bomba

O Mundo
dos Outros

coluna de José Cutileiro

As pessoas e os países devem estar sempre preparados para se defenderem de quem lhes queira fazer mal. Nem sempre conseguem: ao longo da história, povos inteiros - ou grupos perseguidos dentro de cada povo - sofreram, e, nalguns lugares, continuam a sofrer horrores. Antero de Quental esperava que a razão (e o irmão e a irmã dela - o amor e a justiça) fizesse prevalecer a virtude mas acabou desencantado: aos 49 anos meteu duas balas na cabeça num jardim público de Ponta Delgada.
Mesmo quem sobreviva à morte natural, sabe que não se pode distrair, e hoje, depois das catástrofes que os europeus causaram a si próprios e ao resto do mundo indo para a guerra em 1914 e 1939 e, sobretudo, dos "avisos à navegação" que foram Hiroshima e Nagasaki, as duas únicas cidades até agora destruídas por bombas atómicas, as nações têm muito mais cuidado do que alguma vez tiveram a tratar umas com as outras.
Que a guerra fria da segunda metade do século passado não se tenha transformado em guerra quente ficou a dever-se à existência dos arsenais nucleares americano e soviético.
Que nos dias de hoje a crise financeira e económica não tenha levado a mobilizações gerais, corridas a aramamentos e retóricas belicistas, deve-se a hábitos de relações pacíficas entre as potências impostos, em última análise, pela presença continuada de arsenais nucleares (aqueles e outros). Por isso, se procurardiminuir a quantidade de armas nucleares existentes - como americanos e russos estão a fazer - e impedir a sua proliferaçãoa a países que não as tenham são tarefas necessárias e urgentes, acabar com elas seria um erro crasso.
A natureza humana não mudou muito ao longo da História e em pouco tempo países que julgavam ter posto a guerra de parte recorreriam de novo a ela.
(...) Barack Obama tem mostrado mais bom senso do que ideologia. Mas pode haver um lado "escuteiro" nefasto nas relações dos Estados Unidos com o resto do mundo. Às vezes também é preciso defendermo-nos de quem nos queira fazer bem.
In Primeiro Caderno do jornal Expresso de 22 Maio de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ferreira Gullar

Prémio Camões 2010: o poeta Ferreira Gullar, que fará 80 anos em Setembro, é o vencedor do Prémio Camões 2010. O vencedor foi anunciado pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. A notícia destacou a obra de grande significado: Poema Sujo, escrito em 1975.
Ouvi a notícia através da Antena 2, ontem, 20h00, na viagem de regresso a casa, após acção de formação "Regime jurídico dos principais impostos".
A rádio pôs no ar a voz do poeta declamando um poema seu, que enobrece o povo. Extraordinária voz.
Instituído pelo Estado Português e Brasileiro em 1989, o Prémio Camões no valor de cem mil euros (50 mil pagos por cada Estado promotor) distingue anualmente um escritor de língua portuguesa que, pelo conjunto da sua obra, contribua para o enriquecimento do património literário em português.
O prémio é dado pelo segundo ano consecutivo a um poeta: em 2009 o premiado foi o caboverdiano Arménio Vieira.

Homossexuais no Estado Novo

A jurista Tereza Pizarro Beleza, que faz o prefácio do livro Homosexuais no Estado Novo, da jornalista São José Almeida, irá apresentar a obra, com o Professor da Universidade Nova, António Fernando Cascais, hoje às 18h30, no El Corte Inglês, em Lisboa.
in Público. Quinta-feira 20 Maio 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Prémio Lost Booker 1970

E o prémio Lost Booker 1970 foi para J. G. Farrell
Isabel Coutinho
.Quarenta anos depois de ter sido publicado, Troubles, de J. G. Farrell, é o vencedor do Lost Man Booker Prize , recuperado para as obras publicadas em 1970 - ano em que o prémio britânico não foi atribuído.
O livro recebeu 38por cento dos votos de leitores de todo o mundo, que votaram no website do Booker Prize. O escolhido teve mais do dobro dos votos do que qualquer um dos outros candidatos. Passado em 1919, o romance contaa história de um oficial do exécrcitro britânico, o major Brendan Archer. (...) os seis livros da shortlist: (...) Fire from Heaven, de Mary Renault, (Arrow, editado em Portugal pela Assírio e Alvim com o título Fogo do Céu).
O autor morreu em 1979.
O prémio Booker não foi entregue porque em 1971 as regras do concurso mudaram. Se até 1970 distinguia livros publicados nos doze meses anteriores, a partir de 1971 tornou-se num prémio para o melhor romance publicado no mesmo ano, deixando de fora as obras publicadas em 1970.
O vencedor foi ontem anunciado por Lady Antonia Fraser, que foi jurasda das edições dos Prémios Booker Prize em 1970 e 1971, numa cerimónia em Londres. O irmão do escritor recebeu o prémio.

in Público.Quinta feira 20 Maio 2010


sábado, 29 de maio de 2010

Palestra

Palestra
António Lobo Antunes casa-se hoje com a directora da revista vip, cristina ferreira de almeida, noticiou ontem o Correio da Manhã. (...) A lua-de-mel, ainda segundo faz saber o CM, será em Bruxelas, onde o escritor vai dar uma palestra. - in Público P2 . Quarta-feira 19 Maio 2010
Património português no mundo reunido em três livros

É uma tentaiva de sistematização dos conhecimentos relativos ao património de origem portuguesa no mundo: a fundação Gulbenkian lança no dia 24 o primeiro de um conjunto de três livros resultantes de um projecto coordenado pelo historiador José Mattoso.
O primeiro volume diz rspeito à América do sul e foi dirigido pela arquitecta e historiadora brasileira Renata Malcher Araújo. - in Público . Quarta -feira 19 Maio 2010

Terceira travessia 3

3ª ponte só arranca em 2012


A anulação do concurso para a terceira travessia implica um adiamento da obra por dois anos

O Governo só prevê assinar o contratopara a construção da linha de TGV entre lisboa e o Poceirão, que inclui a nova ponte sobre o Tejo, em 2012.
Mas para que isso aconteça, terá de lançar no prazo máximo de seis meses, um novo concurso para este projecto - que suibstitui o que agora acaba de anular. Citação de notícia incluída no caderno economia do Expresso, de 22 de Maio de 2010.

Terceira travessia 2

"Face às notícias recentes de o Governo querer retomar a terceira travessia sobre o Tejo utilizando dinheiros do QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional] destinados à Região Norte, seria mais curial utilizá-los no metro do Porto. Mas nós já estamos na base do disparate e, portanto, tudo é possível" - Marco António Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e também administrador da Metro do Porto, em resposta à questão que lhe foi colocada sobre a posssibilidade de o PEC [Plano de Estabilidade e Crescimento) poder vir a afectar o metro do Porto -transcrição do artigo "Autarcas não aceitam adiamento da segunda fase do metro do Porto" da autoria do jornalista Aníbal Rodrigues, inserto na página Local do "Público" de 19/5/2010

Terceira travessia

"A revisão do processo da Terceira travessia [sobre o Tejo] tem a ver com a crise. O mundo mudou muito rapidamente. A crise mundial reflectiu-se negativamente no nosso país, obrigando-nos a repensar a terceira travessia. Só por isso. Caso contrário, não alteraríamos nada no capítulo das chamadas grandes obras [n.d.r.: nas quais aquela se inclui]." - palavras do ministro das Obras Públicas António Mendonça, em entrevista à rádio, no final do dia, 19/5/2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Vida

A única vida que conta é aquela que se vive no dia a dia, julgando que temos a rédea na mão.
Viver assim requer uma permanente vigia.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Derradeira semana

Hoje é o primeiro dia de uma diabólica semana.
O final do 2º período escolar avizinha-se e, com ele, as notas escolares. É preocupante. A avaliação dos alunos é cada vez mais fruto dum puzzle, algo enigmático, que urge desvendar. Exige, por parte dos encarregados de educação, uma cada vez mais empenhada intervenção. Imprescindível a execução duma estratégia que ponha em prática aquilo que chamo de jogada de antecipação. Vamos ver.
É também a última semana de trabalho. Está tudo dito.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Botão de Bronze

Duma assentada o jogador ganhou 16 botões.
No Jogo do Botão, ora se ganha, ora se perde, com alguma facilidade.
Cada jogador coloca um botão no cimo do pino. Afasta-se até ficar a uma determinada distância, previamente combinada entre todos os intervenientes. E daí lança a malha de pedra, arranjada a seu jeito, na direcção do pequeno fragmento de pau, carregado de botões.
Aquele jogador, que nos últimos tempos não havia maneira de arrancar uma boa jogada, desta vez, saiu-se das cascas, causando enorme admiração no seio do seu grupo de amigos e família.
O júri, que reuniu no final da sessão, atribuiu-lhe o Botão de Bronze, estatueta seleccionada para contemplar o desempenho de quem se destacar em cada sessão.
Finalmente foi quebrado o enguiço da miséria que vinha sendo a sua habitual prestação.
Está asssim relançado o duríssimo campeonato, que se disputa há cinco meses.
A exigência sobe de tom.
A equipa técnica está agora em condições de alargar a frente de ataque.
O preparador físico do recém-premiado insiste nos execrcícios básicos que intensificam a sua endurance.
É preciso estar atento a todas as manobras dos adversários, que não dormem.
O jogo está cada vez mais vivo e animado.
Imaginem que, após aquele brilharete, o jogador pensa que poderá alcançar o Botão de Prata, e, quem sabe, talvez o de Ouro.
Hum?!
Nunca se sabe.
É um jogo!
Há jogos da vida que, tantas e tantas vezes, nos fazem sonhar.
E, desta feita, por que não?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

a torto e a direito

TVI24horas.
Debate de ideias. Orientadora: Constança; intervenientes/convidados: Francisco José Viegas, Teixeira da Mota (TM) e Coutinho (salvo erro). Hoje o programa foi dedicado à questão das escutas e tudo o que anda à sua volta, designadamente as revelações do semanário "Sol" e as providências cautelares com vista a impedir a saída do último jornal.
Interessante o debate. No calor da discussão, foram tão frequentes as interrupções, quer por parte dos intervenientes/convidados, quer por parte da própria jornalista, que prejudicou manifestamente o esclarecimento das ideias debatidas.
Lamentável a preocupação de TM em reiterar a sua afirmação de que o primeiro ministro não se deve demitir. Foi a única afirmação que ninguém interrompeu.
No final, aconselhamento de livros.
Apesar de tudo, um bom programa.
Fico atento.
Celso Costa

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pequenos Anjos de Txon Bon

"Pequenos Anjos de Txon Bon" é o título do livro mais recente de Isabel Cabral.
A sessão de apresentação decorreu, hoje, pelas 15h30, na Sala da Biblioteca Municipal de Viseu, muito bem decorada para o efeito.
Um sucesso.
Sala cheia. Plateia homogénea, muito interessada e atenta a tudo quanto se passou.
Vários momentos inesquecíveis.
As palavras da apresentadora Graça Magalhães, que citou o crítico literário Manuel Higino, colunista do jornal diário "Hoje em Dia", de Belo Horizonte: "Isabel tem, em primeiro lugar a qualidade essencial que Wilde distinguia nos livros: ser bem escrito. Linguagem límpida, saborosa, com o interessante vocabulário do português falado na península ibérica."
A improvisação da Autora; um belo discurso explicativo das ficções que compõem a obra.
Os pequenos anjos de Txon Bon estão associados à localidade do Tarafal, Cabo Verde, aqui recordada por motivos muito dignificantes; todavia, eles, pequenos anjos, vão estar presentes nas diversas e cativantes ficções; cada uma delas é perpassada por um pequeno anjo de txon bon, sinónimo da fragilidade de quem está a desabrochar para a vida e é tantas vezes maltratado. Por isso carece duma mão salvadora que acarinhe, acaricie e projecte para um futuro mais risonho. É esse o denominador comum das ficções.

Extraordinárias interpretações musicais [de guitarra] do Professor Marco, da Dra. Paula Sobral e do Professor Manuel Tavares. As peças foram uma bela homenagem a Bach, Carlos Paredes, Amália Rodrigues e Carlos Seixas. Senti que estas figuras da história da Música, estavam ali, à nossa frente, bem vivas.
O Professor José Carlos, director pedagógico do Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, também esteve presente. Deve ter sentido um grande orgulho, quando foi anunciada a execução de "Verdes Anos"[esse mesmo, que a Amália eternizou], com arranjo da sua autoria. Os seus dotes de compositor já de renome nacional, ficaram mais uma vez comprovados, como pudemos constatar ao ouvir esta bela obra.
A plateia estava rendida à qualidade do espectáculo.
Bela tarde, para as Letras e para a Mùsica.
Queremos mais sessões como esta.
Deus queira!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Lua cheia

Está uma bela noite de lua cheia!
Ainda bem que criei este blog.
Acabo de fazer ma viagem em que pensei nele por várias vezes. E sempre que tal acontecia, de imediato olhava, através da janela do carro, para o belo astro, que se mantinha firme no seu posto, iluninando os lugares por onde passava. Estou convencido que só o blog me fez olhar para o céu.
Nunca uma noite de lua cheia teve tanta imporância para mim.
Surgiu-me, até, a ideia de, sempree que puder, fazer uma associação das fases da lua a determinados acontecimentos que poderão ser divididos segundo as características que mais se assemelharem a cada uma dessas fases.
Hoje quero realçar a boa companhia que o belo astro me fez desde litoral até ao planalto beirão. Proporcionou-me raros momentos de contemplação, como aquele em que passei na Penoita - esse mesmo, o lugar do circuito - em que olhei para o firmamento e fitei as estrelas em todo o seu esplendor. TUDO ERA HARMONIA. Aí o solitário viajante sentiu a sua mente inundada por uma enorme onda de paz espiritual que o haveria de deixar feliz. Pelos filhos, pela mulher, pelos pais, irmãos e alguns amigosque lhe vieram à memória.
Uma aventura! Devo-a a este simples instrumento de comunicação.
Nunca pensei.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Morreu o Neves

A notícia surgiu, em forma de poema, no ENTRE NÓS, jornal da escola Secundária Alves Martins-Viseu.
Um belo poema em que o Ferreira (é assim que o tratava habitualmente) se reconhecerá.
Gosto muito. Foi um gesto bonito que muito apreciei. Denota uma grande sensibilidade e veia poética por parte do seu autor.
Aproveito o blog - anteontem criado - para fazer a minha primeira mensagem, prestando pubicamente a merecida homenagem ao rapaz bom que sempre foi, e, para mim continua a ser, o amigo António Ferreira.
Para sempre.
P. Monte Real

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Morreu o Neves [2]

Mantenho o último "ENTRE NÓS" em cima da secretária, aberto na quarta página, onde tem lugar o poema dedicado à partida do Ferreira. O meu olhar não sai daquele canto inferior direito. Nele vejo o rosto sereno e pensativo do homenageado; e leio mais uma vez o texto. Uma rica criação literária que sobressai em toda a extensão da página. Dignifica, em primeiro lugar o seu autor [ilustre desconhecido], e, em segundo lugar, toda a equipa do jornal. É o reconhecimento público do valor de um jovem que dedicou a vida ao ensino.

Lembro o seu ar de felicidade quando, num certo dia, me falou da inauguração da Exposição sobre o 25 de Abril que organizara para a escola. Muito trabalho lhe deu, mas, para ele só importava o benefício que traria para o enriquecimento cultural dos seus alunos, meninos como ele. O seu sorriso de então, nele tão característico, aparece na foto que ilustra o poema.

O "ENTRE NÓS" de Dezembro de 2009, o primeiro que me veio parar às mãos, ganhou um lugar no fundo do meu coração.

Merece um aplauso.

Com certeza vai ficar na história da escola.

domingo, 24 de janeiro de 2010

a partir da lua

A partir da lua, com os pés bem assentes na terra. É este o lema do blog que nasce numa tarde de Janeiro [mês que, por coincidência, é afamado pelo seu magnífico luar], com a finalidade de proporcionar a um grupo de amigos mais um meio de contacto entre eles. Quando todos os meios clássicos de comunicação falharem, os elementos do grupo sabem que agora passam a ter uma nova e original forma de manter a sua ligação.
Comparo o blog a uma linha telefónica, sem fios, com a grande vantagem de nos obrigar a pensar um pouco mais naquilo que queremos dizer. O que, diga-se, em abono da verdade, poderá ajudar a que se tenha mais tento na língua. Já não é coisa pouca.
A comunicação escrita obriga a pensar. Esta vantagem também não é nada desprezível nos dias de hoje em que tudo prima pela rapidez. Tudo se faz a correr, tudo se quer num ápice, tudo se diz sem pensar. É bom que exista um instrumento que nos permita, de vez em quando, parar para pensar.
Pensar. Cá está o fim último deste blog.
Afinal, e em resumo, estão lançados os alicerces do blog: comunicar e pensar.
Mas, o blog serve também para divertir. O nome inclui a referência à lua. Querem melhor elemento para despertar a nossa imaginação?
Alguém conhece melhor fonte de inspiração do que uma bela noite de lua cheia?
A criança que há em nós parte constantemente para o firmamento, onde, à luz do luar, descobre as estrelas. É a riqueza da descoberta, alimentada por um espírito de permanente curiosidade, que se pretende fomentar no blog.
Para sempre.
Petrus Monte Real